Saiba mais sobre a história do Hélice

25 DE OUTUBRO DE 2023

Formalizado em 17 de setembro de 2018, o Instituto Hélice surgiu como uma ideia trabalhada entre as empresas Marcopolo, Randoncorp, Soprano e Florense. Seu principal papel é promover a inovação aberta na Serra Gaúcha, por meio de diversas frentes divididas em três objetivos: tornar as empresas mais inovadoras, através de ações de transformação digital e cultural; apoiar o desenvolvimento da cultura de inovação na região e fomentar e formar talentos empreendedores. Atualmente, o Hélice possui cinco empresas mantenedoras, 16 associadas e nove apoiadores, formando uma rede de 30 empresas. 

Conforme Daniel Ely, membro do Conselho Superior do Instituto, o surgimento do Hélice foi uma consequência da maturidade de empresas da Serra Gaúcha em relação ao novo contexto de inovação, conexão com startups, métodos ágeis, entre outros. “Elas já tinham isso acontecendo em suas organizações, de forma incipiente. Rapidamente, entenderam que, nessa lógica de abundância, não importava somente a empresa avançar, mas sim avançar em grupo. Dessa forma, geraria um impacto positivo em toda a região”, reforça.  

Ainda segundo Ely, a ideia passou a ser desenvolvida em um dos comitês temáticos do Simecs, trabalhando a inovação. “As primeiras reuniões formataram a primeira fase do Instituto, com a junção das quatro empresas iniciais para tratar problemas comuns, trabalhando em conjunto e buscando soluções junto a startups. O objetivo era gerar escalabilidade a estas e melhoria dos processos às empresas. Queríamos que esse movimento se expandisse. Para isso, fizemos tudo de forma estruturada, com governança, oficializando o Hélice como um Instituto em 2018. Seriam três pilares de atuação, impactando a cultura da região da Serra, fazendo com que as empresas trocassem mais entre elas e tendo como apoiar as startups locais", conta. 

O Instituto se desenvolveu ao longo de três fases, entrando agora na quarta. “Hoje, conseguimos atingir uma camada de empresas que já entende esse novo contexto. Conhecemos vários ecossistemas no Brasil e fora, como o Vale do Silício, Israel e Portugal. Formamos uma escala para medir a maturidade de inovação de 1 a 5. Assim, as empresas que estivessem mais adiante poderiam apoiar as que estivessem em estágios iniciais”, salienta.  

Para Felipe Corradi, presidente do Instituto entre 2021 e 2023, o Hélice é quem conecta as soluções que existem. “Conseguimos mostrar que juntos dá para fazer melhor. Temos casos de startups que foram compradas, empresas que estão destinando capital para inovação, empresas que fazem parcerias com startups. Começamos a mostrar que as soluções do mundo são muito mais rápidas. Também fizemos intervenções nos governos, criando leis de inovação em diversas cidades. Foi mapeado o ecossistema local, com vários atores. Conseguimos atrair as instituições de ensino para juntos fazer a Escola da Inovação. Tudo isso para mudar esse mindset e quebrar a visão mais fechada”, reforça. 

Resgate do DNA inovador 

Para Ely, um dos principais avanços do Hélice foi resgatar o DNA inovador local. “Antes, as empresas enxergavam as startups muito mais como uma relação de cliente e fornecedor, que foi como aprenderam ao longo da vida. A conexão com startups foi um grande pretexto para uma descoberta muito maior: resgatar o DNA do que essas empresas sempre foram. As empresas da região da Serra sempre foram empreendedoras, sempre foram inovadoras. Com o crescimento, elas tentam resolver tudo dentro de casa, com os métodos tradicionais. Quando a gente começou a se conectar com startups, as empresas começaram a revisitar e a reavivar esse DNA”, considera. 

Para ele, uma das grandes trocas que existe no Instituto Hélice é entre as empresas que fazem parte. “Existe um canal aberto, fluído. Aprendemos a fazer o que fazíamos desde o início das nossas grandes organizações: trocar, um ajudar o outro. Resgatamos nosso intraempreendedor. O Hélice se transformou na metodologia do Estado do Rio Grande do Sul para alavancar os ecossistemas de regiões que não tinham ainda ele desenvolvido. O programa Startup Lab Hélice foi conduzido pela Secretaria de Inovação do Estado, mas a metodologia aplicada foi exatamente a criada nas primeiras fases do Instituto”, informa. 

Futuro com foco em micro e pequenos 

O Hélice está entrando em sua quarta etapa de desenvolvimento, tendo novos desafios e objetivos. “Nessa próxima fase, vejo como um agente para ajudar a criar startups dentro de casa. Não somente se conectando, mas criando uma cultura onde haja um ambiente propício em relação a novos negócios que estão surgindo. Dentro da nossa visão estratégica, também entendemos que temos que ir em direção às micro e pequenas empresas. Se não ajudarmos o micro e pequeno a também desenvolver a capacidade de pensar diferente, não vamos avançar como gostaríamos. Estamos unindo entidades focadas nesse objetivo. Também vem aí um segundo fundo de investimentos, focado nas startups locais”, antecipa Daniel Ely. 

Para Corradi, o maior legado até agora é um pensar de forma diferente. “Somos um conector que junta forças entre várias instituições. Conseguimos capitanear e ter essa relevância para o ecossistema, mostrando que esse legado não precisa ter dono. Como futuro, enxergo com muita propriedade o Hélice podendo auxiliar cada vez mais a sociedade, o microempreendedor, com todas as instituições e associações que fazem parte. Se o micro estiver melhor, com mentoria, com abertura de capital, ele conseguirá chegar nas grandes empresas de forma mais assertiva", pondera.